Puta + Taça = Putaça

Assim como as demais ações da marca-protesto #putapeita , o nome do campeonato já é uma provocação. Em nossa sociedade, putas são as mulheres que ousam ser quem querem, que rompem com os estereótipos impostos e lutam por equidade em todas as estruturas sociais. Dividir mulheres entre santas e putas, é uma das formas do patriarcado supremacista branco submeter mulheres às suas opressões e as manter dóceis e obedientes.

A primeira edição da PUTAÇA aconteceu em 2018, em Curitiba, e reuniu cerca de 100 jogadoras, divididas em 11 times, mais o público que lotou a cancha para assistir aos jogos. Antes das partidas foram realizadas rodas de trocas entre as participantes para saber das dificuldades que enfrentam na prática.

A taça, um par de seios, e as medalhas, mamilos em cerâmica, são confeccionados pela artista plástica Julia Lana. Seu projeto “Retratos Rotos” reivindica a presença feminina através das tetas como objeto de estudo e de arte, recuperando o que em algum momento foi ‘desnaturalizado’ e objetificado. A modelo da taça foi a Naíra Debértolis.

Em setembro de 2018 fui convidada pela marca ativista PEITA para desenvolver o troféu e as medalhas da PUTAÇA, campeonato de futebol feminino amador que acontece anualmente em Curitiba. O processo foi registrado pelos olhos da Leticia Futatah e resultou no vídeo que você pode ver aqui.