Série de autorretratos diários e impulsivos desenvolvidos durante 3 meses.
O processo de criação foi registrado e utilizado como material de estudo para o desenvolvimento de minha tese de mestrado em Criação Artística Contemporânea pela Universitat de Barcelona.
Para cada autorretrato criado rápida e instintivamente, buscando respeitar ao máximo os impulsos criativos, foi documentado o contexto espacial, emocional e situacional do mesmo dia. A intenção era analisar posteriormente a escritura pictórica de cada retrato (técnicas utilizadas, combinações de cores, intensidade dos traços, etc) e relacioná-la com a sua documentação contextual (estado físico e emocional, clima, horário, etc), baseado nos conceitos de persona & ego de Carl Jung e buscando os pontos de intersecção entre a representação e as quatro funções psicológicas: sensação, pensamento, sentimento e intuição.
Autorretalho
Essa série de colagens fala sobre o ato de cortar-se, de dividir-se, de partir-se em várias pra depois remontar-se em diferentes encaixes. É um relato visual da experiência feminina diária, da relação com o próprio corpo, sede de todas as nossas experiências, razões e emoções que, por vezes, se converte em pura carne. Isso envolve desde a repulsa ao próprio corpo (fruto do abuso constante) ao desfrute pleno de um bom orgasmo.
”Autorretrato, declaração visual do existir. Ser o sujeito que olha e ao mesmo tempo o objeto da própria mirada. Talho, ato ou efeito de talhar e cortar. Corte e divisão de carne pra venda.